um homem sem teto
sem direção
lhe deram um lanche,
aceitou com umas das mãos
estava sujo e com isso incomodado
era novo naquilo
mostrava-se cheio de cuidados
com seu canto no concreto
era todo arrumado
na camisa o mesmo escudo
do meu time de futebol,
mas não devia ser da cidade
parecia ainda impressionado
uma manta sobre as pernas
notei um livro ao lado dele
capa vermelha quase lustrada
era sua porta e seu travesseiro
por onde saía e entrava no mundo.




Saudações de Bragança.

2 comentários:

Márcio Ahimsa disse...

Olá, querida... Aqui estou para apreciar o fim que se mantém escondido n`algum canto esquecido e que se mostra nessas palavras, estradas que nos levam ao encanto ou encontro, para revelar um pouco de quem somos ou deixamos de ser.

Adenildo Lima disse...

Renata, algo sempre me disse que eu nao estava enganado, ao falar que você é uma grande poeta. Putz, que poemas... Não vou dizer parabens, parabens para a poseia por ter-te para retratá-la...

bjs do adê... afinal o importante é ser feliz.... e assim saio amando todo mundo...