Vai caindo devagar até te congelar por dentro. Nem conheço, mas acho que realidade é feito neve, e que derrete, mas só pra gente voltar a sonhar.

Volta

Foi preciso um motivo,
uma canção que coubesse
num samba mudo
volto devagar, volto enfim
pra envaidecer, entender
esvaziar o coração
e em seguida encher
pra quando encontrar um outro
poder cantar aquela mesma canção
como se fosse pra ele e não pra mim.

"sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus"



e se vivendo é que se vive, sigo.

corre cotia na casa da tia

- vinte e quantos?
-vinte e um ¬¬"





"nesse breu vou sem rumo"
mote: "Eu quero paz.
Quero dançar com outro par pra variar, amor"

E sai desviando cada olhar
seus ruídos não mais convém
invade seu sentido,
vai buscar o que lhe falta
sobre um canhão de luz
fez refletir a dor que sentia
mostrou que já podia mais
não encontrou quem a ame
não viverá um pouco mais
nem um pouco menos
sem amor se vive igual
comprou bilhete de viagem
mas não entrou
deu boa tarde ao motorista
com mala e sem cuia não pôde
errou de novo o compasso
perdeu de novo sua vez
não tem disso de saber
não tem disso de querer
tem disso de estar
tem um pé bom e outro covarde
e seguindo vai pra trás.
chora a vela sete dias sem descanso,
nada é ideal ou ilusório demais
disso eu entendo
corre a mão num apoio solto,
aprendo aos poucos que tudo é mito
e a isso me prendo
ninguém é desatado sem clamar,
seja socorro, seja consolo
existir tornou-se impróprio
vem a chuva nova e varre o vento
contudo aprende-se
ninguém conseguirá me amar
aceito
em pré texto mal elaborado teu pedido
trocamos desculpas cegas
e é quando sei que acabou
quando eu deveria sentir muito
-e não sinto nada.
tanto enchi que ele resolveu me deixar ver em outro espaço o encanto de suas palavras:

http://tecerpalavras.blogspot.com/


propaganda e elogios rasgados não por ser meu amigo, mas porque o cara é bom, então conheçam o blog de Márcio Ahimsa.



Saudações de Bragança.
Solidez
Solidão sólida,
Somente cálida e invertida em nós,
Sôfrega ordem de amar o vazio,
Colher amoras no estio de dias transparentes
E fazer um buquê com a razão mais vermelha,
Com a película da vida mais encontrada num canto,
Num ponto esquecido,
Numa rua sem calçadas.

Márcio Ahimsa
30/03/2008


(obrigada, curumim, e faça logo um blog!)
Água não há
você não foi
ora, eu fiquei
dançam casais
assisto a tudo, sinto prazer
e ódio no absurdo.
Alegria em exagero
acho triste,
quem não se mostra
aparece ainda mais bonito.
Gargalhadas vem e vão
como num cardume.
É um mundo pequeno
e uma dinâmica simples,
que eu não entendo
seguem sorrindo sem motivo,
jurando qualquer compromisso.
O mundo é mesmo muito grande
para que você more em mim
contenho qualquer sinal de lágrima
e assim assisto a sua mudança
vou tomar um pingado na esquina
e lembrar do dia que não raiol.
um homem sem teto
sem direção
lhe deram um lanche,
aceitou com umas das mãos
estava sujo e com isso incomodado
era novo naquilo
mostrava-se cheio de cuidados
com seu canto no concreto
era todo arrumado
na camisa o mesmo escudo
do meu time de futebol,
mas não devia ser da cidade
parecia ainda impressionado
uma manta sobre as pernas
notei um livro ao lado dele
capa vermelha quase lustrada
era sua porta e seu travesseiro
por onde saía e entrava no mundo.




Saudações de Bragança.

ATENÇÃO:

Em nome dos homens com mais de 1,80 e mulheres com mais de 1,70 de altura uso o espaço como meio de protesto contra a falta de 'acarinhamento' que sofremos!
E quem está na faixa citada acima entende perfeitamente o que quero dizer com isso, somos por vezes considerados gigantes sem sentimentos, mas acreditem nós os temos e precisamos de afeição maior.
Concordo que as vezes 'faltam braços' para aqueles pensam em nos afagar, mas não resista, talvez não tenhamos mesmo nascido para como um passarinho se encolher no ninho de um abraço mas podemos ficar horas recebendo um cafuné tranquilo e despretensioso.
É isso, então ao bons amigos que me restam e aos que tem amigos que sofrem como eu, abraçe, beije, faça montinho, dê carinho aos gigantes.





saudações de Bragança.
que sejam retirados
os quadros mentirosos
os amores prevíveis
e os odiosos odores
da paixão
sejamos todos cínicos
par a par
que sejam lacrados,
e deixem que provoquem
que causem irritação
porque eu cansei
de ser quem sou
vou hoje celebrar
o medo
dos que como eu e você
a vida em algum momento
se cansou
ou simplesmente
se esqueceu.
mantive em mim
cada sorriso
até não mais poder
chorei o nosso tempo
não fosse só saudade
era também
animosidade
queria sentir indiferença
pedi aos céus
que me desse menor crença
em quem não mereceu
o mundo de tempo
que eu dediquei
pra onde vai o passado?
por que esquecer
a beleza do que viveu?
eles não vão voltar
nem quero mais
ah, mentira
se é só no que penso
nas vozes
na facilidade
com que se vivia
com o amor que se sentia
com a raiva
as disputas
o que ficou inacabado
milhares de vezes dito,
promessas vãs
esquecidas
mortas nas vidas
que surgiram depois
usem-me
e continuem fazendo!
pois gozo durante,
sempre
e com o sorriso
do amor incondicional
dos prazeres
do agora
e depois vão
para que novos
possam surgir
e pra eu possa
chorar
tudo
e mais uma vez
por pessoas
que não existem
e por momentos
inesquecíveis.

[ana-banana]

hoje ela não quer canções
não quer ser ela
não quer ser ninguém
quer só responder
o que ficou incompleto
em si
quer se conhecer
e assim saber quem será
quer sofrer num quarto
ouvir num tom mais baixo
canções por ela entoadas
imperfeitas e desafinadas
só não quer ser quem é


hoje, vou carregar seu fardo
vou ser duas, três
vou ser eu e vou ser você
vou sorrir e vou chorar
hoje eu vou sentir tanto
até que suma a dor em você
hoje eu não vou brincar
hoje a criança foi dormir
fiquei eu aqui
pra fazer sorrir
pra te fazer ninar.

tributo

terno
sincero
real
sempre tudo
em medidas certas
doses combinadas
harmonia constante
alegria bem menos
conheciam-se
amavam e
amavam-se
choro
glória
noites sadias
tardes sombrias
tive alguém
que ouvia meu silêncio
nos perdemos
do alto do trapézio
senti sua mão,
passou
e escapou entre os dedos
do alto vejo
não faltou nada
disse que te amava
fizestes o mesmo
a vida nos fez quites
teu olhar estará aqui
enquanto bastar
lembrar-me de quando
ainda estava em você.
Entre começos e fins

meus muitos rostos

seus muitos gostos

nossos muitos medos

se espalhando

em muros em branco

semáforos quebrados

um tédio ocupado

por inquilinos de corpos

eu quero sair de mim

você então me toca

mas a gente não se sente

recebo um beijo terno no olho

por um momento senti desejo

depois voltei a ser dor

suas mãos buscavam meu rosto

tinha sede de mim

eu não tinha nada

nada além de lembranças

pude me ver velha

na varanda da casa dos Souza

sozinha e sofrendo

por ter um dia acreditado no tempo.



varal

pendurei com cuidado todos os
rostos, vozes e lembranças
guardei brincadeiras de criança
lembrei do dia que te conheci
tantos ventos vão passar
eu vou lembrar de você assim
como quando seu sorriso bastava
num tempo em que ainda te amava
antes de você secar em mim.

Onde Não Há Vírgula

eles não se amam com um coração
com um botão de rosa vermelho
eles não têm um tema-canção

não dizem muito eu te amo
a não ser que lhes aperte o peito
a ponto de não conseguir sorrir

eles não se falam todos os dias
e nem quando estão juntos
preferem o detalhe do olhar

um cosegue viver sem o outro
sem se assustar por causa disso
eles não são um, são dois

ainda assim se amam
sem a ilusão do "para sempre"
e assim são felizes

vivendo e hoje se amando
sem dano ou dono
sem clichês ou diretrizes.



Renata.

À um broto legal

Grão de Bico
alfafa, brócolis,
trevo, rabanete...
foi-me dada a opção
e você eu escolhi
sou teu broto, sua flor
germino teu amor
cultivo uma saudade
da semente da sinceridade
é feita nossa paixão
fertilidade à flor da pele
que pro mundo não se revele
o segredo da imperfeição
minha melhor receita és tu
o mais saboroso tutu
meu amor, meu Feijão.


Renata.

Carcaça

Sou dona de um gingado exclusivo,
gingado esse que não pratico
mas que sei ter herdado de meus ancestrais

sou beleza que desafia o poeta afixionado em alvura
então vai poeta me escreva um verso de doçura,
não me retrate como pecado como sempre o faz

além do inerente samba no pé trago livros na mãos
fugindo da estatística tornei-me exceção
surpreendendo aqueles que tem como hábito pré-julgar

correr de estereótipos é lazer de fim de semana
pois pra mim de raça só há a humama
e nada além disso vai me interessar

então me olha, me ama, me aceita
branca, amarela, verde, roxa ou negra
e entenda que pra ser feliz basta se libertar



Renata.

casca

uma casca
dura casca
esta casca
que se rompe com um sorriso
parte-se com um abraço
e se dilacera por um amigo.

depois das onze

Na neblina da noite
ando a procurar meu ponto,
passos largos, embriagados
nessas doidas noites de sexta
torno-me quem deveras sou
com direito a gritos internos.
Um coração repleto na lotação vazia
somos eu, motorista e destino
mas que detino é esse
onde chego não me sinto em casa
qual o meu destino afinal?
Sem fim é o meu início
principiante, jogando e apostando alto,
apanhando da vida, chorando sozinha
para no picadeiro diário sorrir
palhaça melancolia meu nome, prazer.


limitado

amor,
trabalho,
amizades,
estranhos,
conhecidos,
me cansa.
a eterna redundância
ignorância aos prazeres
as mais básicas atividades
ultrapassar o pressuposto
é considerado absurdo, ultraje
por quem conforma-se com pouco
ao vendar-se para a possibilidade.
milongueira por natureza
pseudousada, reclamona
consciente do meu papel
nessa ciranda de rostos
que trocam, renovam e
vão se somando e deixando
chama-los de amigos
estão todos protegidos
não há clima que desfaça
elos como os nossos
ninguém se perde de mim
enquanto estiver em mim

o começo

(porque "o fim" é demasiadamente limitado para os meus 'causos' e 'descausos' diários)ps: o melhor de mim está nos outros.

surto

Longe de ser Lorca
a louca resolve surgir
e balançar o barco
joguei os remos ao mar
louca nada, prática
tirei o plástico bolha
escancarei minha vida
resolvi revelar-te
pelo prazer de esvaziar
o que me enche de medo,
nunca foi ou será segredo
que não nasci pra meio termo
se tenho, quero inteiro
não sou a favor do tempo
mas quero bem ao sentimento,
dúvidas são aceitas
contanto que sejam expostas
eu não sei o que não sei
é preciso abrir a porta
e se não quiser estaremos bem
mas não esqueça de fecha-la
precisarei do consolo do escuro
passe a chave e apague a luz
do contrário estarei como nossa história:
eternamente entreaberta.

entre iguais

Quando um monte de gente se junta para não dizer nada em especial, quando em especial não se tem nem o lugar, quando o que se brinda é pura e simplesmente a amizade com copos de plástico e canecas da USP, com quem todos os aspectos são discutidos por todas as visões possíveis, quando não se sabe nem pra onde ir se abre e uma assembléia em que se grita "questão de ordem", "vamos invadir a reitoria", pessoas que se falam quase todos os dias pela gelada internet e que não se viam há seis meses tem enfim seu encontro marcado e muito bem sucedido.
Ah, como eu queria recolher cada sorriso, cada abraço que fica perdido em meio ao mundo dos jovens adultos que não tem tempo nem pra se divertir (será?) o que eu sei ao certo é que a sensação é como se no meio da brincadeira nossas mães tivessem nos chamado para entrar e tomar banho, muito antes do fim do encontro já tinha saudade, já queria que a noite demorasse tão mais a passar, meus amigos, pseudos queridos, ateus contra o alcool e cristãos sem dispensar um chope assim foi o rápido e delicioso encontro de um grupo de pessoas que fica comigo, que tem meu carinho e que construiu-se com base na tolerância, gente que se achou num mundo de impossibilidades e que aos poucos vai tomando novos caminhos.
Sarcásticos, irônicos, anjos e diabos somos seletivos e críticos mas nos entendemos, nos respeitamos e é isso que me faz amar cada um.
Entre iguais, seis meses não é bastante tempo é eternidade, amigos são presença física também, num sacrilégio por mim cometido lembrei no meio da noite que tinha esquecido daqueles olhares.
Não pode, reunião entre esse grupo é convocação, é obrigação, é questão de sobrevivência.


Pseudos, obrigada por tudo.

pedido

Sem rumo
te reencontrei
ganhei nova estrada
envolvida pela saudade
pouco me mostro
não quero ser o que fomos
preciso que seja diferente
fico então calada
evito revelar
o que nós dois sabemos
sua falta me consome
quero enfim ser dois
cansei de estar só
cansei de não te ter
preciso ver você
é isso!
talvez eu precise
de um beijo
talvez queira uma vida
não sei bem
sei que voltei a te querer
a te pensar como meu broto
então sorria para mim
e vou considerar um sim
ao meu solitário pedido.
ele tem a resposta e não me conta
me conhece
ele sabe mas faz de conta
que não liga
que não vai
que não tem
mas eu sei
que preciso de pouco
quando o meu "boa noite" é dele
e antes do fim ele pergunta algo que sei,
e me faz parecer tão importante
ah, gigante generoso
gentileza inesperada
surpresa arquitetada
metade homem
metade contradição
capaz de inspirar
versos tortos e em construção
como eu e como ele.

parênteses

postagens em rascunho são fantasmas adormecidos, prometo aos poucos assusta-los.

um

nas pedras os bolsos
os bilhetes, o dolo
existências fúteis
corroem seu corpo
entre amar e existir
segue resistindo
guarda em segredo
um epitáfio pronto
sabe pouco
ou finge que não sabe
não sei
com todos os pecados cometidos
ela se volta contra você
te encontra num beco
no escuro sujo da noite
diz algo que você não entende
e fica uma vida sem saber
o que te reservava a feia noite.

em 15/09 escrevi:

A gente se basta, nossa amizade não tem enfeites ou exageros
ela é o que é, real e linda.







guardarei o fragmento da felicitação por motivo de orgulho, não das palavras, mas do carinho com que foram recebidas.



É só
fim e acaso
E é tanto
caminho raso
não fosse solução
tortura fatídica
Doí por dentro
na mentira da espera
O corte, o sangue, derramado
ferida aberta, latente
Uma escada, eu, um poço
feito tijolo seco, inerte e frio
Indo, indo no fundo trevas somente
Na mente permanece seu rosto
O hospício da ilusão
Paixão, loucura, tudo ao redor
Prefiro assim sendo eu
sendo só
sendo o limite de mim
eu mais eu no mundo.


escrito a seis mãos por
Renata Braga
Márcio Costa
Alexandre (Lipis)

antevéspera

precisei de um bom remédio
para remediar o que não podia
quis dar um nó no peito
poder dar noite ao dia
escurecer paredes
pintar vitrais de cinza
desenhar em azulejos
teu retrato, nós dois
poder dispensar as rimas
não precisar enfeitar minha vida
pra fingir estar feliz
eu vou seguir com olhos baixos
lembrar você durante um tempo
até que eu volte ao meu lugar
perdida.
.



À ela toda a merda
que quebre a perna
drama queen por natureza
não tem cachorro ou mato
Desconforto que não cessa
Não conhece alegria,
tristeza ou amargura
É personagem!
Ouve a cínica balada no rádio
e chora de mentirinha
ela chora, ama, odeia
assim de mentirinha
que nem criança sabe?!




Zapeando

Ligo a tv, passo a mão
no controle remoto

Zap!

Tein, bola na trave

Zap!

Veja a seguir o homem
que casou-se com sua pata

Zap!

Rogério Rodrigo Rodolfo,
Alfredo José não é seu pai

Zap!

Com vocês: É o tchan!

Zap!

Tchiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii - meditação...

Viva a estática!


medo,
de você, de mim
de estar ainda aqui
não conseguir
gritos no peito
sozinhos


veloz
mas sem energia
queria eu ousadia
não mais calar
por ter medo
desta minha vida
vazia.

19/05/2007 madrugada rendendo versos

o que há?
se o lábios permacem cerrados
mesmo com tanto a dizer
se os versos viram pecados
na tarefa de "ser"

pra onde vai então?
se ser sozinha é mais que destino
permanço um ser extra
em cantos, recantos, sobrando
quimera eu estar sonhando
que você virá aqui
sou produto

sem forças pra tirar do chão meus pés
fechar os olhos pra sem demora dormir
estaria que sabe de novo ali
onde fui feliz
contigo em momento passado
que lamento meu não-poder
de como na tv voltar no tempo
e em teu abraço dizer
o que deixei de revelar

cá?
sintomas de doenças imaginárias
sentimentalismo barato
e pinga pra regar o mau humor
eles fodem nas ruas
eu sou só cor crua
sem vidas manchar
quem vai lebrar que eu existi?
desisti há tempo de tentar explicar
não vou, sou, ou tenho
na vida fé
sou protótipo-mulher
que cientista nenhum poderá acabar
esse projeto tem vontade própria
então vou meus olhos cerrar
porque preocupações
como simetria de versos não me afligem
o que me causa paúra é não ter
ninguém a me reparar
então me olha
pois meu sorriso será meu agradecimento
minha vontade será de gritar
mas meu instinto sua frente tomará
não irei dizer nada
e se do nada vier o nada
assim a vida ficará.

essa tal de vida existe mesmo?

nascer, crescer, estudar, trabalhar e morrer.

Não parece simples colocado dessa forma?
Alguém bem que podia me explicar porque não estudo com o devido gozo, não tenho trabalho, porque cresci assim tão rápido, porque não lembro do dia em que nasci e principalmente: porque eu quero tanto deixar de viver.
Não faz muito tempo descobri que o ingresso para a vida é exclusivamente individual nada ou ninguém é permanente pessoas vem e vão, com sorte voltarão para que riam de quando achavam que viviam e de uma época em que ser feliz era não saber o que a vida reservava.
Pois bem, agora faço o quê?
Se a parcela da massa que me cabe a alma não passa da fé e da natural movimentação sempre que posta a escutar determinados sons, o mais importante não está presente, nunca esteve, a ignorância, a venda que é colocada nos ohos de toda a população jamais me cegou, se tivesse cegado talvez eu estivesse feliz com uma vida de plástico ou talvez com um filho nos braços, nesse caso a parcela que aqui está da massa se faz presente, mesmo que não seja mais cool acreditar em Deus, eu falo com ele, confio a ele a confissão dos dias bons e dos dias torpes afinal quem vai querer ouvir meus lamentos sem censura?
E eu só não digo que Ele fala comigo pois seria diagnosticada como esquizôfrenica, e de louca já me basta a vida.
O ritmo também é inerente, mais forte, uma cadência inexplicável que me faria de baterista dos Strokes a tocar bumbo na bateria da Gaviões da Fiel sem os olhos precisar piscar, ninguém pode explicar, nem sentir ou ser, deixa então eu sub-existir nesses cantos sujos da internet sem glamour ou holofotes, com minhas palavras, desabafos, sigo só, só com mnha sorte.

¿whatarréu?




que porra de semana é essa?



primeiro a banda Los hermanos agora Gilmore Girls chega ao fim.



Assisto a série desde o seu início no ano 2000 e desde então me encantei, ela me trazia algo diferente, ela me divertia muito mais que as outras e assim foi durante as primeiras e maravilhosas cinco temporadas da série daí pra frente muita coisa mudou inclusive a direção da série que ficou dramática e estranha misturando-se aos outros milhares de enlatados americanos, a série havia perdido então seu brilho, eu no entanto continuei assistindo, talvez por me recusar a largar o osso mesmo que já não possuísse sabor algum então no final desta sétima temporada recebo a notícia de que a série de tv que mais marcou minha vida chegou ao seu final, mesmo que isso fosse previsível dói saber que não terei mais piadas e referências novas de Lorelai Gilmore, uma pena mas como escrevi na comunidade que faço parte sobre as garotas Gilmore.

Sigamos em frente com a energia de Lorelai, o bom caráter de Rory, a seriedade da mrs. Kim, a sensualidade da Srta. Patty, a doce insanidade de Kirk, o zêlo pela família de Emily e Richard, amores fiéis e verdadeiros como o de Liz e T.J, que tenhamos um bad boy Jess para agitar nossa vida, amigos como Lane, Sookie e até mesmo o mala do Michel não nos faltem, e o mais importante, que alguém nos olhe como Luke olha para a Lor.




that's all folks

see ya.

llorando


Ontem eu soube que a banda que eu aprendi a gostar ao perceber que as composições vão muito além de seu grande hit nacional entrou em recesso, pois é o Los Hermanos "acabou" e olha só, nunca fui no show da banda (ó vida cruel) e o pior de tudo é que os caras são do Rio, porra se fossem daqui era garantido meu encontro em quanlquer boteco da cidade mas no Rio? Porra Amarante, muda pra São Paulo, mêo.
Além dos aclamados e queridinhos Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante os dois antagonistas desta história o competente baterista Rodrigo Barba e Bruno Medina tem igual ou maior responsabilidade por essa minha adoração pela banda, tenho uma queda pelos esquecidos musicalmente, enfim Los Hermanos é a única banda que eu odiei antes de amar, fui conquistada e agora "abandonada" pelo som que embalou (e embala) meus dias.

Foi muito bom enquanto durou, meninos. (rá, como se eles fossem ler, aliás como se alguém fosse ler. hahaha)
Quem sabe agora sem ouvir novos lamentos eu comece a dar molde aos meus e os escreva em poema-canção.
Qualquer agradecimento é pouco em comparação as coisas incríveis que a música de vocês me proporcionou.
Abraços de Renata Braga que talvez se torne fã da ex-banda, mas jamais uma ex-fã do Los Hermanos.

finalizando (claro) com um trecho que de certa forma me ajuda a entender o recesso.

"Ahhh, ora, se nao sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.

Ahhh, se o que eu sou
é tambem
o que eu escolhi ser
aceito a condição!"

O velho e o Moço.
Composição de Rodrigo Amarante.


Boa Sorte, Hermanos.

viva o "do nada"!

dorme
acorda
dorme
acorda
trabalha
estuda
chora
dorme
acorda
dorme
acorda
"do nada"
te encontro
nos falamos
não durmo
nos falamos
me envolvo
não durmo
penso
pondero
a possibilidade
de "do nada"
amar alguém
não durmo
descubro
ser tua
te faço meu
bom dia
aos olhos
desconhecidos
que me olham
teus olhos
em mim
em mim
cada palavra
você
sem me conhecer
estava já
em mim.



*modesto porém sincero depoimento ao curioso Júlio César.

a saia

Saí de casa com a idéia na cabeça, caso pensado mesmo, sabia que era chegada a hora. O pior já tinha passado, afinal eu apresentara há meses atrás o holofote, antes eu era um corpo sem moldura andava por aí invisível até ao olhar mais detalhista. Eu era cinza. Desde a rebelião das madeixas contra as velhas e surradas amarras as pessoas passaram a me enxergar, confesso que ser vista no começo me incomodou um pouco - mentira, me incomodou muito - não sabia se gostavam do que viam ou estranhavam aquele cabelo todo, bonito ou não, não havia lugar que eu chegasse que não fosse assunto então resolvi mante-lo, temos ido bem, obrigada, soltei e domestiquei a fera, mas após três meses senti que ainda faltava algo, mudei sim, da menina da mochila à que agora diferencia delineador de sombra, e melhor os usa, com esse momento woman que vivo me peguei certo dia com um interesse nada comum em comprar uma saia exposta numa vitrine. Eu! A garota que muitos juram não ter pernas embaixo da calça jeans e sim duas próteses mecânicas muito bem adaptadas, prova maior da estranheza da notícia é que apesar de comprar a peça não sei quando irei usa-la já que meu calçado companheiro e fiel é o nada compatível all star branco que não tiro do pé por nada nesse mundo, mas isso nem é informação útil já que eu comprei uma saia!EU fora ao shopping, EU dissera não obrigada quando me ofereceram um cartão C&A, EU escolhera um modelo, provara, pagara e saíra dali com uma nova visão minha, era protagonista da minha vida, eu era a diva (não como no reclame do sabonete, mas diva do tipo Aretha, Hepburn, saca?) nesse 15/11 não mudei a história do país mas marquei a minha vida para sempre, comprei uma saia, proclamei minha república.

Renata.
Este texto é datado de 16 de novembro de 2006 e pertencia ao meu antigo blog.